Portfolio de projetos na área de televisão digital

Desde 2006, tenho me dedicado ao tema TV digital, que perpassou as minhas pesquisas de graduação, mestrado e doutorado, conforme especifiquei no menu Publicações. Durante a minha graduação, trabalhei com TV digital e telejornalismo educativo; em meu mestrado, com TV digital e educação a distância; no meu doutorado, com TV digital e inclusão social. Nos últimos 2,5 anos estive mergulhada no processo de switch off brasileiro, a convite da EAD/Seja Digital, associação administradora da digitalização da TV no Brasil, formada pelas empresas de telecomunicações Claro, Vivo, Tim e Algar. Atuei como consultora de mobilização social.

Nesta seção, trago documentos com relatos sobre a minha passagem pelos agrupamentos de cidade de Rio Verde (GO), onde aconteceu o projeto-piloto de switch off brasileiro; Brasília (DF), primeira região metropolitana brasileira a ter o sinal analógico desligado; e Belo Horizonte (MG).

Cluster Rio Verde

Foi na cidade de Rio Verde (GO) onde aconteceu o projeto-piloto nacional do desligamento do sinal analógico de TV. Assim, em meados do segundo semestre de 2015, fui convidada a pensar em um projeto de mobilização social focado no switch off. O desligamento, inicialmente previsto para o dia 29 de novembro de 2015, acabou sendo adiado para 1º de março de 2016. Foram muitos desafios vencidos, pois se tratava de um processo de intensa aprendizagem por parte das equipes da Seja Digital e da própria população rio-verdense. No final da campanha, a Seja Digital conseguiu um importante alcance: contava com cerca de 700 voluntários e parceiros engajados, entre líderes comunitários, políticos e religiosos, educadores, artistas e estudantes universitários. Pudemos observar que a população, ao perceber a natureza de utilidade pública do projeto, apropriou-se dele e foi tomada por um sentimento de solidariedade e pura cidadania. Ao final, o projeto de mobilização em Rio Verde (GO) atingiu
cerca de 70 mil pessoas de quase todos os bairros, pertencentes às diferentes zonas da cidade.

No blog “Brasil Rumo à TV”, trazemos algumas narrativas sobre o cotidiano desse processo:

http://brasilrumoatvdigital.blogspot.com/

Foto de Deisy Feitosa, publicada na capa da Revista da SET

Escrevemos também um artigo para o SET International Journal Of Broadcast Engineering, que traz detalhes do projeto de mobilização:

FEITOSA, D. F. Social awareness as a support tool for analog TV switch off and humanization process: Seja Digital’s experience in Rio Verde and Brasília (Brazil). SET International Journal Of Broadcast Engineering. , v.2017, p.84 – 98, 2017. Acesso o artigo

Cluster Brasília

Devido ao êxito que o projeto de mobilização social voltado ao switch off do sinal analógico de TV teve em Rio Verde, a Seja Digital ampliou a iniciativa em Brasília. Visando potencializar o alcance das
nossas mensagens e estabelecer metas, uma equipe foi contratada, um plano de trabalho específico foi elaborado, novos projetos foram criados e adaptados, firmaram-se termos de cooperação e convênios
com vários parceiros, inclusive com prefeituras dos nove municípios do entorno e o Governo de Brasília, para viabilizar a execução do projeto. O plano de mobilização social que desenhei para Brasília,
com base na experiência vivenciada e aplicada em Rio Verde, foi posteriormente ampliado e estruturado com a colaboração de uma equipe local de mobilização. Quase 5 mil voluntários foram mobilizados, dentre eles, 2.296 líderes comunitários. Além disso, 120 escolas e quatro instituições parceiras (Programando o Futuro, RUAS, UCB e IFB) colaboraram com onze projetos que tinham como objetivo
informar, mobilizar e preparar todas as camadas das citadas cidades para o desligamento do sinal analógico. Com isso, orientamos mais de 650 mil pessoas diretamente, e colaboramos com o processo de switch off do cluster Brasília.

Apesar do desligamento do sinal analógico no Cluster Brasília ter acontecido 22 dias após a data prevista,18 quando atingiu o percentual de 92% de digitalização19 (Ibope, 2016), dois meses após o desligamento, uma pesquisa encomendada pela Seja Digital indicou que 99,44% da população acessava o sinal de televisão. Ou seja, apenas 0,66% ficaria sem ver TV.

Conheça um pouco das nossas ações através deste documento fotográfico “O Distrito Federal é Plenamente Digital: Registros de Vivências da Equipe de Mobilização Social da Seja Digital.” Clique aqui e acesse

Em Brasília, o produto científico do nosso trabalho foi materializado no livro ” TV Digital: O Desligamento do Sinal Digital e a Adaptação dos Telespectadores”, produzido pela Universidade Católica de Brasília, sob a coordenação do professor Dr. Alexandre Kieling, e também sob a minha coautoria e participação como organizadora.

A experiência da UCB que mobilizou estudantes, professores e funcionários de várias áreas de conhecimento lançou no universo da radiodifusão do público da TV Aberta mais de 700 jovens da geração somente acostumada ao consumo de conteúdo distribuído pelas redes de computadores. Os resultados instigantes e interessantes desta experiência estão nos relatos presentes neste livro Digital que também contam a força e o poder da mobilização social como meio de mudança massiva e adaptação a novas tecnologias. Não menos provocadores são os resultados da pesquisa de recepção que ouviu telespectadores que têm a TV aberta como sua fonte principal de acesso às informações e ao entretenimento. Uma realidade ainda muito expressiva entre a população brasileira e latino-americana que merece reflexão e um olhar mais dedicado da academia, do Estado e do setor privado. São narrativas, são relatos que marcam um momento singular na história dos meios de comunicação de massa, da radiodifusão e da televisão no Brasil. (Texto de Alexandre Schirmer Kieling – Coordenador do projeto na UCB) Clique aqui, para acessar o livro.

Cluster Belo Horizonte

As ações coordenadas pela equipe da Seja Digital, entre janeiro e novembro de 2017, para apoiar a população de Belo Horizonte e mais 38 cidades de Minas Gerais, na fase de migração da TV analógica para a digital, mobilizaram mais de sete mil voluntários, 250 escolas, 2.330 líderes comunitários e nove instituições parceiras. Todos se uniram para informar, mobilizar e preparar todas as camadas das cidades do Cluster Belo Horizonte* para o desligamento do sinal analógico de TV. Eu estive à frente desse trabalho, como gerente do Cluster Belo Horizonte.

Produzimos alguns materiais que demonstram a rotina dessas ações:

1 – O livro “Belo Horizonte e Região são plenamente digitais”, que traz um registro fotográfico e depoimentos de mobilizadores e representantes de instituições parceiras do projeto. Clique aqui e acesse

2 – O catálogo da instalação Jardim do Destino Circular, de autoria da artista visual Simona Luchian e Luiza Alcântara, produzida pela Programando o Futuro. Clique aqui e acesse

3 – Um livro com o resultado das discussões do seminário “O Planeta Somos Nós: Uma Análise do Impacto do Desligamento da TV Analógica nos Territórios Urbanos”. Clique aqui e acesse

4 – O livro “TV Digital e Educação Básica: a televisão como meio pedagógico, a escola como meio de comunicação”, sobre uma pesquisa aplicada em escolas da rede pública municipal e estadual da região metropolitana de Belo Horizonte. O livro é fruto de um convênio entre a EAD/Seja Digital e a Faculdade de Educação da Universidade Federal de Minas Gerais, do qual também colaboraram pesquisadores do Centro Universitário UNA e da Universidade Estadual de Minas Gerais. Clique aqui e acesse

Kit Pedagógico Conexões Escolares com a TV Digital

A Seja Digital, Entidade Administradora da Digitalização da TV, propôs a construção de um material educativo que pudesse explorar os detalhes desse processo, a partir do princípio da transdisciplinaridade. Assim nasceu a coleção “Conexões Escolares com a TV Digital”, um rico material que dialoga com várias áreas do currículo escolar, especialmente Geografia, História e Ciências, construído por pesquisadores especialistas da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e da Universidade do Estado de Minas Gerais (UEMG), que já viveram ou vivem o dia a dia da escola. Estou entre os autores e organizadores do kit.

Clique aqui e acesse o material